Tenho tudo para ser feliz. Conquistei várias coisas que muitos julgavam impossível de se alcançar, mas que eu, lá no fundo, sempre achei possível. Provável, até. E, sinto que me devia sentir feliz e honrada por isso. Mas ser feliz não é um contínuo, J: tenho dias em que estou feliz: outros em que estou na merda. Feliz não se conjuga com o verbo ser. Sou humana- lá isso sou- com todas as podridões e infelicidades que esta humanidade me trás
domingo, 30 de dezembro de 2007
sábado, 29 de dezembro de 2007
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
Natal (conversa de circunstância)
E agora que o Menino nasceu, quando é que lhe encomendam uma irmãzinha?
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Prenda no sapatinho
Assim, sem modas ver-te do inverso, inversamente desproporcional e com costuras à mostra.
domingo, 23 de dezembro de 2007
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
domingo, 16 de dezembro de 2007
sábado, 15 de dezembro de 2007
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
domingo, 9 de dezembro de 2007
Questão circunstancial
"Já amei muito mais outro homem do que te amo a ti"- digo a C., sem pudores- "Mas não fiques triste, não é culpa tua: naquela altura era-me possível amar muito mais do que consigo hoje".
sábado, 8 de dezembro de 2007
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Nómada ou sedentário?
Há duas e unicamente duas espécies de seres: os bichos e as árvores. As árvores prendem-se à terra, alimentam-se do solo, enraizam-se no Mundo. Os bichos movem-se, adaptam-se, desencontram-se.Os bichos (as aves talvez) não se importam com o Mundo nem em ficar, mas apenas em viver. Em voar. Talvez por isso, nada seja mais triste que um pássaro a cantar no eco de uma gaiola. Ave ou árvore? Ninho ou raiz? Asa ou flor?
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Cats on the roofs
Sento-me em cima das telhas (com cuidado) e com a fisga, que tiro do bolso, faço pontaria às estrelas.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Diálogo (im)possível
- Hum. Estás bem?
- Nem por isso. Mas sabes que gosto de ti.
- Eu também.
- Tu também o quê? Vá! Diz!
- Tu sabes...
- Diz! Preciso de ouvir...
- Gosto de ti. (baixinho)
- Sendo assim é melhor ir-me embora.
- Vai. Para gostar não é preciso estar-se perto.
- Mas custa-me...
- Deixa estar! Isso passa. Tudo passa.
E tu conduzias o carro a engolir alcatrão num silêncio que doía. E o fumo do cigarro, ou melhor, dos cigarros enevoava o ambiente e anestesiava a nossa dor. Deixar-me-ias à porta de casa, talvez. Virava as costas e nem olhava para trás. Apitavas. Recuava. Um último beijo. Sim, é melhor conservar uma distância de segurança: está escrito no código da estrada
sexo (com minúsculas)
Estar apaixonível pode não ser exactamente a mesma coisa que estar sexível. Em boa verdade: não é.
domingo, 2 de dezembro de 2007
Sábado à noite
A diferença básica* entre o amor e o sexo é que, enquanto acontece o amor: primeiro estranha-se e depois entranha-se; já no sexo: primeiro entranha-se e depois estranha-se.
(* É aquele instante em que caímos exaustos nos lençóis, os corpos apartam-se e cada um dorme para seu lado, sem abraços nem colo. Para após o primeiro adormecer profundamente, o outro vestir-se e em pés de gato, de sapatos de salto alto na mão para não fazer barulho, sai pela porta e nem olha para trás).
sábado, 1 de dezembro de 2007
Desencontros
Ela não o queria magoar porque gostava dele. Ele não queria gostar dela porque não a queria magoar. Um dia, ela descobriu que já nem se importava de o magoar. E ele percebeu que não podia deixar de gostar dela. Nessa altura, ele já a tinha magoado. E ela deixara de gostar dele.
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