- Hum. Estás bem?
- Nem por isso. Mas sabes que gosto de ti.
- Eu também.
- Tu também o quê? Vá! Diz!
- Tu sabes...
- Diz! Preciso de ouvir...
- Gosto de ti. (baixinho)
- Sendo assim é melhor ir-me embora.
- Vai. Para gostar não é preciso estar-se perto.
- Mas custa-me...
- Deixa estar! Isso passa. Tudo passa.
E tu conduzias o carro a engolir alcatrão num silêncio que doía. E o fumo do cigarro, ou melhor, dos cigarros enevoava o ambiente e anestesiava a nossa dor. Deixar-me-ias à porta de casa, talvez. Virava as costas e nem olhava para trás. Apitavas. Recuava. Um último beijo. Sim, é melhor conservar uma distância de segurança: está escrito no código da estrada
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