Compreendo que queiras estar sozinho. A serio que compreendo. Eu que sempre odiei o tédio da solidão, que sempre me obriguei a estar rodeada de gente e de confusão como tentativa de fugir a reflexão acerca dos meus problemas, consigo finalmente perceber essa solidão. A noite, quando me deito na cama que agora me parece gigante, fico durante horas a olhar para o tecto do quarto e a pensar em tudo o que nos aconteceu.
As vezes penso que perdi tudo. Outras penso que há uma única coisa que me resta: a certeza de que vivi. Mesmo que este seja o preço que tenha que pagar pelo brilho nos olhos, o bater acelerado do coração, a paixão a queimar-me o peito que senti durante quatro meses. E isso, devo-o a ti.
Espero-te no tempo, no espaço. Mesmo que nunca voltes e que nunca sequer cá tenhas estado e tudo não tenha passado de um delírio de uma tresloucada que cedeu ao vicio de viver.