Não consigo biforcar o meu coração. Em alternativa, prefiro-o enforcar. Tirar-lhe o ar e o sol que lhe alimenta os batimentos, completamente tontos de tanto cetrifugar. Como se uma varinha mágica os moesse e triturasse, até ficar um líquido denso e homogéneo, tão misturado que nada ali se consegue identificar. Mas não é uma varinha mágica dos contos das fadas. É uma varinha mágica mesmo, electrodoméstico banal.Não consigo biforcar o meu coração. Já to quis oferecer para lhe tirares a máscara de oxigénio e dares-lhe o fôlego que ele precisa. Respiração boca a boca, como só tu saberás fazer. Devolveste-mo para trás e agora falta-me o ar, neste sentimento asmático, sufocante e doloroso. Tu tens medo e eu estou a asfixiar. Só me resta consegui-lo enforcar.
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